domingo, 30 de março de 2014

Como nasce um paradigma


Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro pôs uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o surravam. 

Passado algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo violentamente arrancado pelos outros. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Depois o quarto, e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles por que surravam quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "- Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui... " 

(Autor desconhecido)



Café filosófico


"Estrelas...
Buscamos estrelas no céu.
Buscamos estrelas em nosso caminho.
Elas nos permitem ver a vida com outros olhos, outra luz.
Quando encontramos uma estrela... ah quando encontramos uma estrela...
... uma beleza tão ofuscante que parece não nos permitir envolvimentos... ... não dá tempo de envolvermos  fita, pensarmos no nó e muito menos de chegarmos a construir o laço.

Estrelas...
... abarcam o tempo, acalmam o tempo... são detentoras de um encanto que por si só nos convida ao laço.  Elas são muitas.
Cada uma com o seu encanto. E algumas ainda têm algo a mais:
parece que antecipam o que queremos viver... como queremos viver... como devemos viver.
E, sabe como fazem isso?
Estão sempre nos surpreendendo...
O surpreender da estrela se inicia pela admiração – ... ou seria o contrário? – é um maravilhamento que      sopra em nós a espera pelo dia seguinte que deve trazer algo novo, diferente; que nos assegura que jamais   seremos os mesmos se o brilho de uma estrela nos acompanhar".



(Rosane Nery)

Café filosófico


Eis que uma xícara de café traz o aroma de doces pensares... traz o aroma da amizade...


Como experimentar o que dizem ser amizade...

Como apreciar o que demonstram ser afeição...

Como reconhecer o que afirmam ser vínculo...


Os caminhos do bem querer orientam tal alma desejante.

Os caminhos do bem querer conduzem tal alma inquieta.

Os caminhos do bem querer enlaçam essa alma que se aventura a descobrir o que tanto sente que parece que a desnuda todas as vezes que encontra outra alma que lhe expressa um sorriso aconchegante...

Ah, esse aconchego... aconchego que aproxima, que conforta... que na verdade aparenta ser um grande espelho... uma real transparência daquilo que se mostra e não quer ser visto... um belo cristal, límpido na sua essência, reflexo puro do bem que reside n’alma.

Como experimentar o que dizemos aos amigos...

Como apreciar o que demonstramos com nossos afetos...

Como reconhecer o que afirmamos ser nosso vínculo...


Contradições.

Incoerências.

Contestações.

Ah, magnífico desacordo... fonte arrebatadora daqueles que durante a vida se permitem amigos, verdadeiros amigos... autênticos na arte do bem querer.

(Rosane Nery Pinheiro)

Café filosófico


“Como se a lua invadisse...
Como se a lua preenchesse...
Como se a lua se tornasse plenamente lua...

Mas esse olhar só cabia a estrela...

Por segundos, a estrela poderia deslocar-se daquele cantinho e não mais sentir a lua assim...
Ou...
Por segundos, a estrela poderia deslocar-se para incorporar a luminosidade da lua...

Que movimento fascinante...
A lua recebendo a estrela que parecia até então ter em si o brilho mais nobre, o seu próprio brilho...
A estrela recebendo a lua que era vista como plena (cheia de um vazio)...

Aos poucos...
Aos poucos, a lua carece de viver a estrela...

Naquele momento, a noite acolheu o sabor de uma lua “nova” que não mais poderia ser lua sem o brilho da estrela...

Será que a noite pensou ter sentido o “sabor da vida”, que dizem os poetas, nasce do olhar admirado por uma estrela... e que agora provoca, provoca, insiste, persiste...”

(Rosane Nery)

Café filosófico

“O que falo, peço que acredite...
Falo de mim... do que me permiti conhecer e do que estou me permitindo conhecer..
O que falo, peço que acredite...
Talvez tenha um atraso no tempo para determinadas descobertas, mas como a própria descoberta propõe, não dá para medir o seu tempo... e parece que o fascínio desse tempo habita no desvelamento de algo, na retirada suave do seu véu...
O que falo, peço que acredite..
A retirada do véu nasce com o tempo e o tempo aguarda, afaga... o tempo acaricia.. ele tem um jeito próprio de nos receber..
A princípio imaginamos que ele maltrata... que agonia, que tortura... é um imediatismo desenfreado que resolvemos materializar em nossos corpos, em nossos sentidos e que obscurece a beleza do desnudar do tempo na vida de cada um..
O que falo, peço que acredite..
Permiti dizer... permiti sentir... permiti o êxtase do acasalamento dos meus pensares com o meu ‘fazer’... permiti seguir, seguir.. pra onde?.. por quê?..
Acredite..
Esse é o desnudar do tempo..  que promove em mim tal arrebatamento, tal deslumbre..
Acredite..
Esse é o onde que surgiu de uma estrela - aquela que é maravilhamento, que sopra em nós a espera pelo dia seguinte e que deve trazer algo novo, diferente; que nos assegura que jamais seremos os mesmos se o brilho dela nos acompanhar..
O que falo, peço que acredite..
..não precisa sentir.. apenas peço que acredite”.

(Rosane Nery)

Café filosófico

“O sabor das palavras é que degusta as idéias daquele homem...

...caminhante, o homem...

suas palavras dançam entre o doce e o amargo...
...sugerem um gosto novo de entender o mundo...

... andante, o homem...

que na busca de entender o mundo
percebe que pelo sabor das palavras
pode entender-se no mundo...

...viajante, o homem...

que segue a vida provando sabores...
...sabores de palavras suas...
...sabores das nossas palavras...”


(Rosane Nery)

Café filosófico

 “O grande guerreiro não quer perder a batalha... jamais...
O grande guerreiro do coração mostra a sua coragem quando consegue reconhecer que não existe batalha...
Ele guerreava até então sem saber bem o por quê... sabia que nem sempre esse porquê precisa existir... e, talvez isso ofuscasse a sua luta interior...
A sua coragem é o reconhecimento da “verdade”...
E é na “verdade” que o guerreiro sente a coragem...
 O grande guerreiro aspira a “paz”... e a “paz” é ser mais livre...
Ele não mais lutará porque a sua luta é a liberdade...
Então... não existe o escuro, o sombrio... nada mais é obscuro em seu coração...
Ele pensava guerrear por seus desejos... ardentes desejos...
Ele pensava guerrear por aquilo que sentia falta... ardente ausência...
Ele pensava guerrear por um êxtase que transpassava o corpo e acariciava a alma... mas esse êxtase vestia-se de eros... e esse eros é que lhe permitiu ouvir que não existe batalha porque ao penetrar na alma do guerreiro mostrou a sua coragem, o seu valor, a sua beleza...
Uma beleza presente mesmo num futuro passado...
 Essa beleza alerta que a batalha não acontecerá...
E a negativa que se dá a batalha não significa que o guerreiro desista...
A dimensão dessa beleza não permite que desista... mas não entendendo-se numa batalha...
Será preciso ao guerreiro mapear o belo?
 Essa beleza apresenta ao guerreiro um horizonte...
Essa beleza acorda a superação do guerreiro...
A beleza... a beleza continuará...
A batalha... a batalha só impediria que a beleza imperasse... E, é a beleza, diz o grande guerreiro... é a beleza que irá imperar...!!!” 
(Rosane Nery)