domingo, 30 de março de 2014

Café filosófico


“Como se a lua invadisse...
Como se a lua preenchesse...
Como se a lua se tornasse plenamente lua...

Mas esse olhar só cabia a estrela...

Por segundos, a estrela poderia deslocar-se daquele cantinho e não mais sentir a lua assim...
Ou...
Por segundos, a estrela poderia deslocar-se para incorporar a luminosidade da lua...

Que movimento fascinante...
A lua recebendo a estrela que parecia até então ter em si o brilho mais nobre, o seu próprio brilho...
A estrela recebendo a lua que era vista como plena (cheia de um vazio)...

Aos poucos...
Aos poucos, a lua carece de viver a estrela...

Naquele momento, a noite acolheu o sabor de uma lua “nova” que não mais poderia ser lua sem o brilho da estrela...

Será que a noite pensou ter sentido o “sabor da vida”, que dizem os poetas, nasce do olhar admirado por uma estrela... e que agora provoca, provoca, insiste, persiste...”

(Rosane Nery)

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